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Archive for the ‘ativos imateriais’ Category

Reportagem: Frederico Goulart e Jirlan Biazatti
Edição: Juliana Tinoco, Regina Trindade e Carlos Augusto

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A valorização dos conceitos intangíveis e de ações imateriais no capitalismo moderno prevaleceu nas primeiras palestras do quarto dia do seminário “A Constituição do Comum – Comunicação e Cultura na Cidade“. Estiveram presentes para debater o tema Antoine Rebiscoul (Publicis, França), Paulo Henrique de Almeida (UFBA) e Yann Moulier Boutang (Universidade de Compiègne, França). A moderação ficou a cargo do professor Dr. Alexandre Curtiss (UFES).

O tema central da palestra foi a criação de ativos imateriais para o desenvolvimento das cidades, porém deu-se mais ênfase ao papel dos conceitos inativos e ações imateriais no capitalismo atual. Antoine Rebiscoul e Yann Moulier utilizaram uma linguagem técnica para discorrer sobre o assunto, enquanto Paulo Henrique de Almeida contextualizou o tema com as ações de interesses sobre o desenvolvimento das cidades.

O imaterial
O imaterial pode ser definido como a apropriação do cognitivo sobre, entre outras coisas, o design, a publicidade e sobre conceitos que venham seduzir o público de tal modo que o valor sobre a matéria se torne intangível. Esse é resultado de um processo de revolução do capitalismo que não foi acompanhado por uma revolução social.

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Segundo Paulo Henrique, a dinâmica do capitalismo atual prioriza esses tipos de investimentos imateriais, em desprezo a investimentos em antigas estruturas produtivas. Ou seja, o investimento na criação e fortalecimento da matéria abstrata, como valores, imagens, conceitos e a sua conseqüente propagação midiática representa a maior parte do lucro das empresas, ao invés do modelo pragmático do antigo capitalismo. “A coca-cola tem, em seu valor final, 80% de investimentos em ações imateriais” , diz o palestrante.

“Hoje vamos aos restaurantes e a comida é o que menos importa. Estamos mais interessados em nos apresentar à sociedade em um ambiente agradável que possa nos trazer status. O nosso consumo está ligado a isso”, afirmou Paulo Henrique.

No espaço comum, essa apropriação se dá via cultura. Ela oferece signos e objetos a serem mercantilizados e utilizados pelo grande capital. No espaço público, o Estado detém bens e serviços, enquanto que no espaço comum, o capitalismo cognitivo é que direciona as redes de integração social.

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Em relação à área Metropolitana há uma forte dificuldade para a realização das tarefas urbanas no atual contexto da globalização neoliberal, a partir do momento em que elas são confrontadas com problemas sociais, e em conseqüência disso, iniciam-se vários processos prejudiciais às cidades, como a privatização dos serviços públicos, a diminuição dos empregos, a poluição etc. “Esses processos representam uma falsa alternativa para as cidades”, afirmou Yann Moulier.

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Um claro resultado da tendência apresentada na palestra é a forte participação dos clientes com a capacidade produtiva, “os clientes se tornaram ativos produtivos”, afirmou Antoine Rebiscoul. “Nós todos somos ativos produtivos do Google, por exemplo. Pesquisamos e produzimos, somos usuários e produtores”, completou.

“Ao comprarmos um I-pod, nós não somos apenas consumidores de um produto finalizado, nós somos os produtores, agentes a partir do momento que nós podemos montar a nossa própria discoteca. Podemos dizer o mesmo sobre os computadores”, diz Antoine Resbicoul.

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As palestras continuam na tarde dessa quinta-feira com a discussão: Dinâmicas Metropolitanas e Políticas de Desenvolvimento.

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